
Descarregaram e desembalaram na sala uma extraordinária televisão, em preto e branco ainda, mas, muito vistosa e grande, realmente grande, uma caixona de madeira com uma tela oval, onde segundo Geraldina, continha o mundo.
Tudo preparado, família reunida em seus assentos e estava aberta a visita ao mundo em um apertar de botões, só faltava Ofélia, a filha mais nova.
Dona Elvira levantou-se e foi chamar a filha para prestigiar a mais nova aquisição de seu pai, mas Ofélia não estava nem aí, e ela lá ia querer saber de televisão? Estava escutando vitrola com os olhos fechados e disse a mãe:
- Pra que ver, se a imaginação sempre foi muito melhor que a realidade?
Jaque Crivilatti