
Fêmea Negra, mãe África
Fêmea negra,
Tua cor que é vida, e tua forma que é formosa!
Crescemos à tua sombra; a brandura do teu peito acalentou os brasileiros, no Sul, no norte, no leste, oeste e te descobrimos,
Querida terra, do alto o ímpio desfiladeiro,
Sua beleza me compreende no coração.
Fêmea negra, mãe África.
Fruta madura de território robusto, enlevo preto de vinho negro,
Teu clamor é o cântico espiritual da pátria.
Fêmea negra,
Lençol de amor que nenhum sopro bagunça, lençol estendido na alma dos afro-brasileiros, nos lençóis dos príncipes do Império Mali.
Linda terra de adornos celestes, as tuas estrelas refletem sobre a nossa terra portuguesa.
Deleite da alma, às cintilações do teu alvorecer permeiam em nossas façanhas.
Espalha-se minha gratidão, perante o sol da nossa terra.
Fêmea negra,
Eu louvo a grandeza do teu povo para fixá-la eternamente e alegro-me em saber que nossa sina é alimentar tuas raízes.
Fêmea negra, mãe África.
Jaque Crivilatti
* Poema escrito em 2006 para a Bienal da UNE